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Shinigami



Shinigami
1706-
Criatura mitológica japonesa


Shinigami (死神) é um termo que pode ser traduzido como 'Deus da Morte', e que, no Ocidente, costuma remeter à uma criatura esquelética, que, salvo algumas alterações, na maioria das vezes, costuma se apresentar trajando um manto negro com capuz e carrega uma foice, com a qual ceifa a vida dos humanos, encerrando sua existência na terra, e transportando suas almas para o outro mundo. Na mitologia japonesa, o shinigami poderia ser classificado como um tipo de 'kami' (神, Ser supremo ou divindade), apesar que algumas pessoas os classificarem errôneamente como um tipo de 'yokai' (妖怪, monstro, demônio ou ser espiritual mitológico) que teria o poder de vagar entre os mundos dos vivos e dos mortos.
Incorporado à cultura moderna japonesa graças aos veículos de mídia, o shinigami, apresentado como um ceifador de almas, não é uma figura da mitologia nipônica, sendo na verdade, uma variante da criatura proveniente da cultura européia conhecida como 'Grim Reaper',

ou Ceifador Sinistro.


O Ceifador teria tido suas origens durante o final da era histórica conhecida como 'Baixa Idade Média', que durou aproximadamente entre os anos 1000 até 1347, e que foi caracterizado por uma série de calamidades, destacando-se a grande Epidemia de Peste Negra, que assolou o continente europeu entre 1348 e 1350, matando cerca de um terço da população do mundo conhecido à época.
Thanatos, coluna do Templo
de Diana, em Efeso (300 a.C.)


Acredita-se que o primeiro povo a personificar a morte em uma cadavérica figura antropomórfica teriam sido os antigos Celtas, através dos quais, a crença teria se espalhado pelo continente a partir do território da Bretanha. Apesar disso, a personificação da morte, em formas de deuses, já era realizada por antigas civilizações, como os gregos antes do Século VII a.C. (na forma de Thanatos, um jovem com asas, irmão gêmeo de Hypnos, o Deus do Sono, que teve poucas lendas a seu respeito, que chegaram aos dias atuais, onde não era considerado uma entidade malígna, sendo retratado como uma figura, de certa forma inocente, que foi enganado pelo Rei Sísifo de Corinto, quando este estava prestes a morrer. Sísifo conseguiu aprisionar Thanatos, evitando sua própria morte, ao mesmo tempo em que privou todas as outras pessoas do mundo de seu descanso eterno, o que durou até Thanatos ser libertado por Ares, o Deus da Guerra, frustrado pelo fato de que, com a prisão de Thanatos, seus inimigos estavam sendo mortalmente feridos, mas não estavam morrendo nos campos de batalha. Sísifo foi arrastado para o Inferno e condenado a passar a eternidade levando uma rocha para o topo de uma montanha, que depois rolaria encosta abaixo, forçando-o a realizar o trabalho novamente e seguidamente. Thanatos também era citado como o responsável de causar as mortes pacíficas e transportar as almas em segurança para o Hades, o Reino dos Mortos).






Néftis



Outro povo antigo a ter uma

personificação divina da morte eram os egípcios, aproximadamente antes de 3.000 a.C., na forma deNebtet, ou Néftis, irmã da deusa Isis e esposa de Set, a Divindade do Mal Supremo.


Néftis era tida como a responsável pelos ritos de morte e proteção das múmias dos faraós em suas viagens para a nova existência. Era também a protetora do corpo de Osiris, o Deus da Outra Vida, depois que este foi assassinado por Set. Néftis, em algumas lendas, é apresentada como a mãe de Anúbis, o Deus com cabeça de cão, relacionado com os ritos de mumificação e ressurreição na mitologia egípcia, e é sempre mostrada em companhia da irmã Isis, representando a morte, enquanto sua irmã representa a ressurreição. Algumas lendas retratam Néftis como uma divindade perigosa, capaz de matar qualquer um que representasse uma ameaça à figura do faraó).
Śmierć i cesarzowa. 1649
Ankou
Na Polônia, a Morte na Idade Média era apresentada com o nome deŚmierć e tinha a aparência de uma mulher esquelética trajando um vestido branco. Já na antiga Bretanha, a personificação da morte era conhecida como Ankou, a alma da primeira pessoa a morrer no ano, que se tornava o condutor de uma carroça de cadáveres durante todo o período restante. O Ankou costumava ser mostrado como um personagem cadavérico, portando um grande chapéu negro, e conduziria o carro, coletando almas pelo resto do ano, quando seria substituído pela primeira alma a morrer no ano seguinte e seria liberado para partir ao outro mundo e descansar em paz.
Gan Ceann
Os irlandeses, que foram os principais responsáveis pelo desenvolvimento do Culto aos Mortos na Europa, que deram origem ao Dia das Bruxas e o Dia dos Mortos (Dia de Finados), tinham como a representação da Morte, um cavaleiro sem cabeça conhecido como Gan Ceann, ou Dullahan, que carregava sua cabeça semi-decomposta nas mãos e vagava pelos campos chamando os nomes das pessoas que iria levar para o outro mundo. Ao ouvir seu nome ser chamado, a pessoa morria imediatamente. O Dullahan costumava usar uma coluna vertebral humana como chicote e, apesar de não poder ser combatido ou evitado, podia ser assustado através da apresentação de um item de ouro, metal símbolo da pureza da alma e vida eterna.
Pesta
Muitas destas personificações, surgidas durante os Séculos XIII e XIV, foram influenciadas pela vida social e política da época, porém uma delas, a Pesta, foi originada na Noruega, exclusivamente como resultado da Peste Negra: ela era apresentada como uma senhora idosa que vestia um capuz negro e vagava por todas as cidades do país, eventualmente carregando um rastelo ou uma vassoura: se entrasse em uma cidadela ou vilarejo carregando o rastelo, a Peste viria de forma branda, se fosse vista entrando na localidade carregando a vassoura, era o prelúdio de que toda a cidade seria completamente exterminada pela praga.
Bereizmen handikoa, 1460,
de Jean Fouquet (1420-81)
Em geral, de acordo com suas diversas interpretações, essas personificações da Morte, em alguns casos podem ser enganadas, corrompidas, detidas, aprisionadas ou desviadas de seus propósitos, podendo adiar ou até mesmo se recusar a tomar a alma de uma pessoa, ou, em outros casos, ela pode acelerar a morte de uma pessoa, caso esta o tenha tentado ferir, evitar, ofender ou lidibriar.


Algumas versões dizem que o Ceifador seria a unificação dos vestígios remanescentes de almas de pessoas que ficaram na terra por um período longo demais, depois de terem se recusado a aceitar que haviam morrido e perdido todas as suas lembranças e consequentemente, seus vestígios de humanidade, tornando-se espectros vacantes entre mundos, sem sentimentos, que conduzem as almas dos mortos para o outro mundo.



No Japão, as duas religiões mais difundidas são o Budismo e o Shinto (ou Xintoísmo), que coexistem harmonicamente na sociedade japonesa, sendo que no país, muita pessoas se consideram seguidoras de ambas as religiões, que não vêem discriminação entre suas tradições.




Tendo seus fundamentos se originado nos atos do príncipe indiano Siddarta Gautama (सिद्धार्थ गौतम, 563a.C.-483a.C.), que, ao tomar conhecimento da miséria e sofrimento de seu povo durante uma viagem, decidiu abandonar o l

uxo palaciano e se dedicar à uma vida de humildade e meditação, o Budismo foi disseminado pelo continente asiático a partir do Nepal, aproximadamente no Século II a.C., durante o processo conhecido como 'A Rota da Seda', quando foi iniciado o intercâmbio sócio-cultural chinês com outros países do Oriente, decorrente do comércio de tecidos, que levou o Budismo a ser introduzido no Japão, em 552, por intermédio de religiosos provenientes da Coréia.


O Shinto (神道, Caminho dos Deuses), é considerada a crença ancestral do Japão, que teria se originado durante o Período Yayoi (300 a.C.-250 d.C.), logo após a introdução da arte de metalurgia e agricultura no Japão. O Shinto estabelece uma série de ritos de veneração à natureza e aos ancestrais, assim como fundamentos e seus príncipios sobre a criação do mundo e a hierarquia dos deuses.






Ono Yasumaro (太安万侶, ?-723)



O Shinto foi a crença principal do Japão até a chegada do Budismo no país, no Século VI, o que levou muitos de seus seguidores a combaterem a nova crença, proveniente da Índia, trazida pelos coreanos, que interpretaram como uma influência estrangeira sobre a tradição pátria, levando o Shinto a ser estabelecido como religião pouco tempo depois. O Budismo tornou-se a religião predominante no Japão até o inicio da Era Tokugawa, quando a influência da cultura estrangeira foi subjugada, e o Shinto foi estimulado como religião. Lentamente, o Shinto foi perdendo sua influência religiosa, principalmente após o fim da Segunda Guerra Mundial, porém seus fundamentos se fortaleceram, e a crença se fundiu com a cultura japonesa. Atualmente, os princípios do Shinto são vistos como os princípios do próprio folclore do Japão.






Kojiki



Quando o Shinto foi convertido em religião, foram criados uma série de rituais e cerimônias que foram listadas pela primeira vez no 'Kojiki' (古事記, Registro de Assuntos Antigos), considerado o mais antigo impresso existente sobre a história religiosa do Japão, uma coleção de três volumes, compilada pelo dicionarista Ono Yasumaro (太安万侶, ?-723), em 712, durante o reinado da Imperatriz Gemmei (元明天皇, 660-721).






Nihon Shoki







Toneri no Miko
(舎人親王, 676-735)



Outro manuscrito que relata os procedimentos do Shinto é o 'Nihon Shoki'(日本書紀, Crônicas do Japão), obra realizada em chinês, por doze autores anônimos, por ordem do Príncipe Toneri no Miko (舎人親王, 676-735) no ano 716. Foi publicada em 720, com 30 volumes. (A obra teve um 31º volume anexado posteriormente, porém este se perdeu com o tempo.).


No Budismo hindu, o inferno, para onde as almas das pessoas vão depois que morrem, era chamado de 'Naraka' (नरक), e era presidido por 'Yama'(यम), o Senhor do Inferno, a divindade que detém o poder de comandar os processos de julgamento, punição e reencarnação das almas que chegam à seus domínios.






Enma Dai-ô







Enma Dai-ô e Gozu Mezu



Quando o Budismo foi introduzido no Japão, o nome da divindade Yama, foi convertido para 'Enma' (閻魔), levando o Senhor do Inferno a ter as denominações populares de 'Enma-ô' (閻魔王, Rei Enma), ou, como é mais conhecido, 'Enma Dai-ô' (閻魔大王, Supremo Rei Emna).


Os portais do Naraka eram guardados por duas entidades, que tinham a denominação 'Gozu Mezu' (牛頭馬頭), que, apesar de serem duas criaturas distintas, um com cabeça de vaca, e outro com cabeça de cavalo, são sempre denominados com um nome, como se fossem uma única criatura, e sempre se mantém juntos, tendo a função de recepcionar as almas dos mortos que chegavam no Naraka, e evitar que elas escapassem.






Gozu Mezu



Algumas versões da lenda de Gozu Mezu, definem que as criaturas, as vezes, tinham a função de partir para o mundo dos vivos para buscar as almas pessoalmente, ou até mesmo, de causar as mortes de humanos e forçar seus espíritos para os domínios infernais, cumprindo, desse modo, uma função semelhante a do Ceifador Europeu, e consequentemente, do shinigami..


Devido aos fundamentos religiosos do Japão, a personificação da morte em uma cadavérica figura antropomórfica nunca teve manifestação consideráel na cultura antiga do país. Anteriormente, se acreditava que a criatura teria sido introduzida no Japão pelos europeus, em algum momento depois de 1543, quando o arquipélago teve contato com os navegadores portugueses, que foram os primeiros não asiáticos a aportar oficialmente no Japão. A criatura não foi representada em nenhuma obra conhecida atualmente, até a expulsão dos estrangeiros do Japão, no inicio do Período Edo, sendo a primeira caracterização da criatura, tal como é conhecida, só seria feita no país, cerca de duzentos anos depois.






Izanami e Izanagi criando as Ilhas do Japão,
obra de Kobayashi Eitaku realizada em 1880







O mais antigo relato para o uso do termo 'shinigami' aparece na lenda shintoísta da Deusa Izanami (イザナミ), irmã mais nova e esposa do Deus Izanagi (イザナギ), que teria surgido junto com os fundamentos do shinto, aproximadamente no Século III a.C. Ambos formavam o último dos cinco casais de deuses que haviam sido criados pela Divindade Suprema Kuni no Tokotachi no Kami ((国之常立神), logo após a criação do Céu, quando a Terra ainda se encontrava em estado de caos.




Izanami e Izanagi foram os responsáveis por apaziguar a Terra e criar as inúmeras ilhas do arquipélago do Japão. O casal teve diversos filhos, tendo Izanami morrido durante o parto do último desses:Kagutsuchi (カグツチ), o Deus do Fogo. Movido pela ira, Izanagi sacou a espada e matou o filho recém nascido. Quando o sangue de Kagutsuchi tocou a terra e o mar, surgiram oito grandes deuses. Depois disso, Izanagi dividiu o corpo do filho em oito pedaços, que posteriormente deram origem a outros oito deuses menores. Estes atos encerraram o processo da criação do mundo, segundo a crença shintoísta.








Após sua morte, Izanami foi enviada para o 'Yomi' ( ou 'Yomi no Kuni' (黄泉の国, Mundo das Trevas), o local para onde os espíritos dos mortos vão para seu repouso eterno. Sabendo disso, Izanagi decidiu partir para o Yomi, com a intenção de trazê-la de volta. Porém, assim que a encontrou, Izanagi descobriu que a esposa já havia se tornado uma residente, tendo sua bela aparência sido reduzida à uma versão horrendamente decomposta e putrefata de si mesma. Tomado pela repulsa e pelo pavor, Izanagi recua em sua decisão de levá-la consigo e decide fugir só e abandoná-la. Tomada pela fúria, a monstruosa deusa Izanami passa a perseguí-lo, porém Izanagi consegue selar a saída do 'Yomi no Kuni' com uma rocha, prendendo-a eternamente. Trancada, Izanami brada que passará a se auto denominar como 'shinigami', a Deusa da Morte, e, como revelia à traição de Izanagi, ceifará a vida de mil homens da terra a cada dia. Do lado de fora da caverna, Izanagi, em resposta, proclama que, para cada mil homens que ela matar, ele dará a vida à mil e quinhentos em seu lugar.




Ao voltar ao mundo humano, Izanagi limpou seu nariz e seus olhos dos vestígios do 'Yomi no Kuni', em um processo de purificação que deu origem a três deuses:Tsukiyomi (ツクヨミ), o Deus da Lua; Suzanoo (スサノオ), o Senhor do Yomi e Deus do Mar, e Amaterasu (天照大神), Deusa do Sol e a Divindade Suprema do Shinto, que deu origem a uma linhagem de descendentes que se tornariam os herdeiros e sucessores de Jimmu Tennô (神武天皇, 660 a.C.- 585 a.C.), o Primeiro Imperador do Japão.


Esta definição pode, ou não, ser considerada como a primeira personificação de um shinigami, tal como é visto atualmente, como um ceifador de almas, dependendo do ponto de vista do estudioso que a relata, visto que o título foi originado de uma divindade, no caso Izanami, em estado de fúria e movida por vingança. Apesar de passar a agir como uma cadavérica criatura ceifadora, seus atos eram movidos indiscriminadamente por vingança, neste ponto ela se difere do shinigami, que ceifaria a alma apenas daqueles que teriam sua existência finda na terra.








Chikamatsu Monzaemon



Porém, o primeiro uso da palavra shinigami, para definir autenticamente uma personificação da morte no Japão, foi realizada em 1706, na peça de teatro de fantoches 'Shinju Nimai Ezoshi' (心中二枚絵草紙), de autoria de Chikamatsu Monzaemon (近松門左衛門, 1653-1725), um dos maiores dramaturgos do país, tido como o 'Shakespeare do Japão', nascido na antiga Província de Echizen (que ficava onde hoje se localiza a parte norte da Província de Fukui).


Chikamatsu foi um dos precursores do 'bunraku' (文楽), ou Ningyô Joruri (人形浄瑠璃), o tradicional teatro de marionetes japonês, sendo um dos maiores responsáveis pela popularização da arte em sua época, além de ter escrito diversas obras para o clássico teatro kabuki, que são interpretadas até hoje.






Shinigami, de Takehara Shunsensai (1841)








Ehon Hyaku Monogatari






Apesar disso, a personificação da Morte tinha aparência relativamente humana em suas primeiras aparições no teatro japonês.




A primeira imagem da Morte em vida, definida como um shinigami, na forma de uma aparição cadavérica só seria criada mais de um século depois, na coletânea de histórias de fantasmas 'Ehon Hyaku Monogatari' (絵本百物語), também conhecido como 'Momoyama Sanjin Yawa' (桃山人夜話), um dos primeiros livros do gênero, publicado originalmente em 1841, com desenhos de Takehara Shunsensai (竹原春泉斎), um dos pioneiros do método de impressão 'ukiyo-e' (浮世絵), a xilogravura japonesa (processo de impressão semelhante ao carimbo, muito popular no Japão durante os Séculos XVII e XIX)








Kawatake Mokuami



Um shinigami foi representado no tradicional teatro kabuki apenas em 1886, em 'Mekura Nagaya Ume ga Kagatobi' (盲長屋梅加賀鳶), uma peça de seis atos, de autoria do dramaturgo Kawatake Mokuami (河竹黙阿弥, 1816-1893), porém, a figura jamais teve uma caracterização fúnebre semelhante às suas versões ocidentais, participando mais como uma figura menor e secundária.






Shinigami, de 'GeGeGe no Kitaro'



O cadavérico Ceifador apenas foi introduzido no Japão durante a intervenção aliada que ocorreu após a Segunda Guerra Mundial, onde a influência estrangeira voltou a florescer no país. O primeiro personagem a ser explicitamente caracterizado como um shinigami no Japão, assim como suas características físicas tradicionais, foi na obra 'Hakaba no Kitaro'(墓場鬼太郎), um mangá publicado originalmente em 1959, por Mizuki Shigeru (水木 しげる, 1922- ), que ganhou popularidade sob o título 'GeGeGe no Kitaro'(ゲゲゲの鬼太郎), sendo transformado em anime (desenho animado), pelos Estúdios Toei em 1968.
Essa sensitiva coloca muito aquilo que ela acredita mais a informação desse blog é que os animais sim; tem percepção mais aflorado que a nossa a unica coisa em que eu concordo com ela!

Shinigami são os animais que pressentem a morte! pelo menos alguns!!!

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Shinigami são os animais que pressentem a morte! pelo menos alguns!!!

Shinigami



Shinigami
1706-
Criatura mitológica japonesa


Shinigami (死神) é um termo que pode ser traduzido como 'Deus da Morte', e que, no Ocidente, costuma remeter à uma criatura esquelética, que, salvo algumas alterações, na maioria das vezes, costuma se apresentar trajando um manto negro com capuz e carrega uma foice, com a qual ceifa a vida dos humanos, encerrando sua existência na terra, e transportando suas almas para o outro mundo. Na mitologia japonesa, o shinigami poderia ser classificado como um tipo de 'kami' (神, Ser supremo ou divindade), apesar que algumas pessoas os classificarem errôneamente como um tipo de 'yokai' (妖怪, monstro, demônio ou ser espiritual mitológico) que teria o poder de vagar entre os mundos dos vivos e dos mortos.
Incorporado à cultura moderna japonesa graças aos veículos de mídia, o shinigami, apresentado como um ceifador de almas, não é uma figura da mitologia nipônica, sendo na verdade, uma variante da criatura proveniente da cultura européia conhecida como 'Grim Reaper',

ou Ceifador Sinistro.


O Ceifador teria tido suas origens durante o final da era histórica conhecida como 'Baixa Idade Média', que durou aproximadamente entre os anos 1000 até 1347, e que foi caracterizado por uma série de calamidades, destacando-se a grande Epidemia de Peste Negra, que assolou o continente europeu entre 1348 e 1350, matando cerca de um terço da população do mundo conhecido à época.
Thanatos, coluna do Templo
de Diana, em Efeso (300 a.C.)


Acredita-se que o primeiro povo a personificar a morte em uma cadavérica figura antropomórfica teriam sido os antigos Celtas, através dos quais, a crença teria se espalhado pelo continente a partir do território da Bretanha. Apesar disso, a personificação da morte, em formas de deuses, já era realizada por antigas civilizações, como os gregos antes do Século VII a.C. (na forma de Thanatos, um jovem com asas, irmão gêmeo de Hypnos, o Deus do Sono, que teve poucas lendas a seu respeito, que chegaram aos dias atuais, onde não era considerado uma entidade malígna, sendo retratado como uma figura, de certa forma inocente, que foi enganado pelo Rei Sísifo de Corinto, quando este estava prestes a morrer. Sísifo conseguiu aprisionar Thanatos, evitando sua própria morte, ao mesmo tempo em que privou todas as outras pessoas do mundo de seu descanso eterno, o que durou até Thanatos ser libertado por Ares, o Deus da Guerra, frustrado pelo fato de que, com a prisão de Thanatos, seus inimigos estavam sendo mortalmente feridos, mas não estavam morrendo nos campos de batalha. Sísifo foi arrastado para o Inferno e condenado a passar a eternidade levando uma rocha para o topo de uma montanha, que depois rolaria encosta abaixo, forçando-o a realizar o trabalho novamente e seguidamente. Thanatos também era citado como o responsável de causar as mortes pacíficas e transportar as almas em segurança para o Hades, o Reino dos Mortos).






Néftis



Outro povo antigo a ter uma

personificação divina da morte eram os egípcios, aproximadamente antes de 3.000 a.C., na forma deNebtet, ou Néftis, irmã da deusa Isis e esposa de Set, a Divindade do Mal Supremo.


Néftis era tida como a responsável pelos ritos de morte e proteção das múmias dos faraós em suas viagens para a nova existência. Era também a protetora do corpo de Osiris, o Deus da Outra Vida, depois que este foi assassinado por Set. Néftis, em algumas lendas, é apresentada como a mãe de Anúbis, o Deus com cabeça de cão, relacionado com os ritos de mumificação e ressurreição na mitologia egípcia, e é sempre mostrada em companhia da irmã Isis, representando a morte, enquanto sua irmã representa a ressurreição. Algumas lendas retratam Néftis como uma divindade perigosa, capaz de matar qualquer um que representasse uma ameaça à figura do faraó).
Śmierć i cesarzowa. 1649
Ankou
Na Polônia, a Morte na Idade Média era apresentada com o nome deŚmierć e tinha a aparência de uma mulher esquelética trajando um vestido branco. Já na antiga Bretanha, a personificação da morte era conhecida como Ankou, a alma da primeira pessoa a morrer no ano, que se tornava o condutor de uma carroça de cadáveres durante todo o período restante. O Ankou costumava ser mostrado como um personagem cadavérico, portando um grande chapéu negro, e conduziria o carro, coletando almas pelo resto do ano, quando seria substituído pela primeira alma a morrer no ano seguinte e seria liberado para partir ao outro mundo e descansar em paz.
Gan Ceann
Os irlandeses, que foram os principais responsáveis pelo desenvolvimento do Culto aos Mortos na Europa, que deram origem ao Dia das Bruxas e o Dia dos Mortos (Dia de Finados), tinham como a representação da Morte, um cavaleiro sem cabeça conhecido como Gan Ceann, ou Dullahan, que carregava sua cabeça semi-decomposta nas mãos e vagava pelos campos chamando os nomes das pessoas que iria levar para o outro mundo. Ao ouvir seu nome ser chamado, a pessoa morria imediatamente. O Dullahan costumava usar uma coluna vertebral humana como chicote e, apesar de não poder ser combatido ou evitado, podia ser assustado através da apresentação de um item de ouro, metal símbolo da pureza da alma e vida eterna.
Pesta
Muitas destas personificações, surgidas durante os Séculos XIII e XIV, foram influenciadas pela vida social e política da época, porém uma delas, a Pesta, foi originada na Noruega, exclusivamente como resultado da Peste Negra: ela era apresentada como uma senhora idosa que vestia um capuz negro e vagava por todas as cidades do país, eventualmente carregando um rastelo ou uma vassoura: se entrasse em uma cidadela ou vilarejo carregando o rastelo, a Peste viria de forma branda, se fosse vista entrando na localidade carregando a vassoura, era o prelúdio de que toda a cidade seria completamente exterminada pela praga.
Bereizmen handikoa, 1460,
de Jean Fouquet (1420-81)
Em geral, de acordo com suas diversas interpretações, essas personificações da Morte, em alguns casos podem ser enganadas, corrompidas, detidas, aprisionadas ou desviadas de seus propósitos, podendo adiar ou até mesmo se recusar a tomar a alma de uma pessoa, ou, em outros casos, ela pode acelerar a morte de uma pessoa, caso esta o tenha tentado ferir, evitar, ofender ou lidibriar.


Algumas versões dizem que o Ceifador seria a unificação dos vestígios remanescentes de almas de pessoas que ficaram na terra por um período longo demais, depois de terem se recusado a aceitar que haviam morrido e perdido todas as suas lembranças e consequentemente, seus vestígios de humanidade, tornando-se espectros vacantes entre mundos, sem sentimentos, que conduzem as almas dos mortos para o outro mundo.



No Japão, as duas religiões mais difundidas são o Budismo e o Shinto (ou Xintoísmo), que coexistem harmonicamente na sociedade japonesa, sendo que no país, muita pessoas se consideram seguidoras de ambas as religiões, que não vêem discriminação entre suas tradições.




Tendo seus fundamentos se originado nos atos do príncipe indiano Siddarta Gautama (सिद्धार्थ गौतम, 563a.C.-483a.C.), que, ao tomar conhecimento da miséria e sofrimento de seu povo durante uma viagem, decidiu abandonar o l

uxo palaciano e se dedicar à uma vida de humildade e meditação, o Budismo foi disseminado pelo continente asiático a partir do Nepal, aproximadamente no Século II a.C., durante o processo conhecido como 'A Rota da Seda', quando foi iniciado o intercâmbio sócio-cultural chinês com outros países do Oriente, decorrente do comércio de tecidos, que levou o Budismo a ser introduzido no Japão, em 552, por intermédio de religiosos provenientes da Coréia.


O Shinto (神道, Caminho dos Deuses), é considerada a crença ancestral do Japão, que teria se originado durante o Período Yayoi (300 a.C.-250 d.C.), logo após a introdução da arte de metalurgia e agricultura no Japão. O Shinto estabelece uma série de ritos de veneração à natureza e aos ancestrais, assim como fundamentos e seus príncipios sobre a criação do mundo e a hierarquia dos deuses.






Ono Yasumaro (太安万侶, ?-723)



O Shinto foi a crença principal do Japão até a chegada do Budismo no país, no Século VI, o que levou muitos de seus seguidores a combaterem a nova crença, proveniente da Índia, trazida pelos coreanos, que interpretaram como uma influência estrangeira sobre a tradição pátria, levando o Shinto a ser estabelecido como religião pouco tempo depois. O Budismo tornou-se a religião predominante no Japão até o inicio da Era Tokugawa, quando a influência da cultura estrangeira foi subjugada, e o Shinto foi estimulado como religião. Lentamente, o Shinto foi perdendo sua influência religiosa, principalmente após o fim da Segunda Guerra Mundial, porém seus fundamentos se fortaleceram, e a crença se fundiu com a cultura japonesa. Atualmente, os princípios do Shinto são vistos como os princípios do próprio folclore do Japão.






Kojiki



Quando o Shinto foi convertido em religião, foram criados uma série de rituais e cerimônias que foram listadas pela primeira vez no 'Kojiki' (古事記, Registro de Assuntos Antigos), considerado o mais antigo impresso existente sobre a história religiosa do Japão, uma coleção de três volumes, compilada pelo dicionarista Ono Yasumaro (太安万侶, ?-723), em 712, durante o reinado da Imperatriz Gemmei (元明天皇, 660-721).






Nihon Shoki







Toneri no Miko
(舎人親王, 676-735)



Outro manuscrito que relata os procedimentos do Shinto é o 'Nihon Shoki'(日本書紀, Crônicas do Japão), obra realizada em chinês, por doze autores anônimos, por ordem do Príncipe Toneri no Miko (舎人親王, 676-735) no ano 716. Foi publicada em 720, com 30 volumes. (A obra teve um 31º volume anexado posteriormente, porém este se perdeu com o tempo.).


No Budismo hindu, o inferno, para onde as almas das pessoas vão depois que morrem, era chamado de 'Naraka' (नरक), e era presidido por 'Yama'(यम), o Senhor do Inferno, a divindade que detém o poder de comandar os processos de julgamento, punição e reencarnação das almas que chegam à seus domínios.






Enma Dai-ô







Enma Dai-ô e Gozu Mezu



Quando o Budismo foi introduzido no Japão, o nome da divindade Yama, foi convertido para 'Enma' (閻魔), levando o Senhor do Inferno a ter as denominações populares de 'Enma-ô' (閻魔王, Rei Enma), ou, como é mais conhecido, 'Enma Dai-ô' (閻魔大王, Supremo Rei Emna).


Os portais do Naraka eram guardados por duas entidades, que tinham a denominação 'Gozu Mezu' (牛頭馬頭), que, apesar de serem duas criaturas distintas, um com cabeça de vaca, e outro com cabeça de cavalo, são sempre denominados com um nome, como se fossem uma única criatura, e sempre se mantém juntos, tendo a função de recepcionar as almas dos mortos que chegavam no Naraka, e evitar que elas escapassem.






Gozu Mezu



Algumas versões da lenda de Gozu Mezu, definem que as criaturas, as vezes, tinham a função de partir para o mundo dos vivos para buscar as almas pessoalmente, ou até mesmo, de causar as mortes de humanos e forçar seus espíritos para os domínios infernais, cumprindo, desse modo, uma função semelhante a do Ceifador Europeu, e consequentemente, do shinigami..


Devido aos fundamentos religiosos do Japão, a personificação da morte em uma cadavérica figura antropomórfica nunca teve manifestação consideráel na cultura antiga do país. Anteriormente, se acreditava que a criatura teria sido introduzida no Japão pelos europeus, em algum momento depois de 1543, quando o arquipélago teve contato com os navegadores portugueses, que foram os primeiros não asiáticos a aportar oficialmente no Japão. A criatura não foi representada em nenhuma obra conhecida atualmente, até a expulsão dos estrangeiros do Japão, no inicio do Período Edo, sendo a primeira caracterização da criatura, tal como é conhecida, só seria feita no país, cerca de duzentos anos depois.






Izanami e Izanagi criando as Ilhas do Japão,
obra de Kobayashi Eitaku realizada em 1880







O mais antigo relato para o uso do termo 'shinigami' aparece na lenda shintoísta da Deusa Izanami (イザナミ), irmã mais nova e esposa do Deus Izanagi (イザナギ), que teria surgido junto com os fundamentos do shinto, aproximadamente no Século III a.C. Ambos formavam o último dos cinco casais de deuses que haviam sido criados pela Divindade Suprema Kuni no Tokotachi no Kami ((国之常立神), logo após a criação do Céu, quando a Terra ainda se encontrava em estado de caos.




Izanami e Izanagi foram os responsáveis por apaziguar a Terra e criar as inúmeras ilhas do arquipélago do Japão. O casal teve diversos filhos, tendo Izanami morrido durante o parto do último desses:Kagutsuchi (カグツチ), o Deus do Fogo. Movido pela ira, Izanagi sacou a espada e matou o filho recém nascido. Quando o sangue de Kagutsuchi tocou a terra e o mar, surgiram oito grandes deuses. Depois disso, Izanagi dividiu o corpo do filho em oito pedaços, que posteriormente deram origem a outros oito deuses menores. Estes atos encerraram o processo da criação do mundo, segundo a crença shintoísta.








Após sua morte, Izanami foi enviada para o 'Yomi' ( ou 'Yomi no Kuni' (黄泉の国, Mundo das Trevas), o local para onde os espíritos dos mortos vão para seu repouso eterno. Sabendo disso, Izanagi decidiu partir para o Yomi, com a intenção de trazê-la de volta. Porém, assim que a encontrou, Izanagi descobriu que a esposa já havia se tornado uma residente, tendo sua bela aparência sido reduzida à uma versão horrendamente decomposta e putrefata de si mesma. Tomado pela repulsa e pelo pavor, Izanagi recua em sua decisão de levá-la consigo e decide fugir só e abandoná-la. Tomada pela fúria, a monstruosa deusa Izanami passa a perseguí-lo, porém Izanagi consegue selar a saída do 'Yomi no Kuni' com uma rocha, prendendo-a eternamente. Trancada, Izanami brada que passará a se auto denominar como 'shinigami', a Deusa da Morte, e, como revelia à traição de Izanagi, ceifará a vida de mil homens da terra a cada dia. Do lado de fora da caverna, Izanagi, em resposta, proclama que, para cada mil homens que ela matar, ele dará a vida à mil e quinhentos em seu lugar.




Ao voltar ao mundo humano, Izanagi limpou seu nariz e seus olhos dos vestígios do 'Yomi no Kuni', em um processo de purificação que deu origem a três deuses:Tsukiyomi (ツクヨミ), o Deus da Lua; Suzanoo (スサノオ), o Senhor do Yomi e Deus do Mar, e Amaterasu (天照大神), Deusa do Sol e a Divindade Suprema do Shinto, que deu origem a uma linhagem de descendentes que se tornariam os herdeiros e sucessores de Jimmu Tennô (神武天皇, 660 a.C.- 585 a.C.), o Primeiro Imperador do Japão.


Esta definição pode, ou não, ser considerada como a primeira personificação de um shinigami, tal como é visto atualmente, como um ceifador de almas, dependendo do ponto de vista do estudioso que a relata, visto que o título foi originado de uma divindade, no caso Izanami, em estado de fúria e movida por vingança. Apesar de passar a agir como uma cadavérica criatura ceifadora, seus atos eram movidos indiscriminadamente por vingança, neste ponto ela se difere do shinigami, que ceifaria a alma apenas daqueles que teriam sua existência finda na terra.








Chikamatsu Monzaemon



Porém, o primeiro uso da palavra shinigami, para definir autenticamente uma personificação da morte no Japão, foi realizada em 1706, na peça de teatro de fantoches 'Shinju Nimai Ezoshi' (心中二枚絵草紙), de autoria de Chikamatsu Monzaemon (近松門左衛門, 1653-1725), um dos maiores dramaturgos do país, tido como o 'Shakespeare do Japão', nascido na antiga Província de Echizen (que ficava onde hoje se localiza a parte norte da Província de Fukui).


Chikamatsu foi um dos precursores do 'bunraku' (文楽), ou Ningyô Joruri (人形浄瑠璃), o tradicional teatro de marionetes japonês, sendo um dos maiores responsáveis pela popularização da arte em sua época, além de ter escrito diversas obras para o clássico teatro kabuki, que são interpretadas até hoje.






Shinigami, de Takehara Shunsensai (1841)








Ehon Hyaku Monogatari






Apesar disso, a personificação da Morte tinha aparência relativamente humana em suas primeiras aparições no teatro japonês.




A primeira imagem da Morte em vida, definida como um shinigami, na forma de uma aparição cadavérica só seria criada mais de um século depois, na coletânea de histórias de fantasmas 'Ehon Hyaku Monogatari' (絵本百物語), também conhecido como 'Momoyama Sanjin Yawa' (桃山人夜話), um dos primeiros livros do gênero, publicado originalmente em 1841, com desenhos de Takehara Shunsensai (竹原春泉斎), um dos pioneiros do método de impressão 'ukiyo-e' (浮世絵), a xilogravura japonesa (processo de impressão semelhante ao carimbo, muito popular no Japão durante os Séculos XVII e XIX)








Kawatake Mokuami



Um shinigami foi representado no tradicional teatro kabuki apenas em 1886, em 'Mekura Nagaya Ume ga Kagatobi' (盲長屋梅加賀鳶), uma peça de seis atos, de autoria do dramaturgo Kawatake Mokuami (河竹黙阿弥, 1816-1893), porém, a figura jamais teve uma caracterização fúnebre semelhante às suas versões ocidentais, participando mais como uma figura menor e secundária.






Shinigami, de 'GeGeGe no Kitaro'



O cadavérico Ceifador apenas foi introduzido no Japão durante a intervenção aliada que ocorreu após a Segunda Guerra Mundial, onde a influência estrangeira voltou a florescer no país. O primeiro personagem a ser explicitamente caracterizado como um shinigami no Japão, assim como suas características físicas tradicionais, foi na obra 'Hakaba no Kitaro'(墓場鬼太郎), um mangá publicado originalmente em 1959, por Mizuki Shigeru (水木 しげる, 1922- ), que ganhou popularidade sob o título 'GeGeGe no Kitaro'(ゲゲゲの鬼太郎), sendo transformado em anime (desenho animado), pelos Estúdios Toei em 1968.
Essa sensitiva coloca muito aquilo que ela acredita mais a informação desse blog é que os animais sim; tem percepção mais aflorado que a nossa a unica coisa em que eu concordo com ela!



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